Chineses Propõem Armazenar Dados em Diamantes por Milhões de Anos
Cientistas chineses propõem armazenar dados em diamantes permanentemente, alcançando uma densidade 10.000 vezes superior à de um DVD. Em um artigo publicado na revista Nature Photonics, pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, em Hefei, apresentaram uma tecnologia de gravação óptica de alta densidade capaz de preservar informações por milhões de anos. Um único disco óptico de diamante, do tamanho de um DVD comum, pode armazenar 10.000 vezes mais dados do que o próprio DVD.
As tecnologias para armazenamento de dados a longo prazo continuam em estágios iniciais. Talvez a solução mais avançada até o momento tenha sido a produção de CDs com substrato de ouro puro. De modo geral, os dispositivos de armazenamento óptico mostraram-se insuficientemente duráveis, e tecnologias alternativas como a gravação holográfica tornaram-se obsoletas. No entanto, as tentativas de criar um meio digital de informação espaçoso e durável continuam. Entre as opções estão vidro de quartzo, DNA e diamante. O diamante, em particular, além de suas altas qualidades ópticas, oferece a maior estabilidade estrutural, prometendo preservar informações por mais tempo.
Segundo estimativas dos pesquisadores chineses, um meio de diamante criado com sua tecnologia poderá preservar informações registradas por milhões de anos. Para a gravação e leitura dos dados, são utilizados lasers ultrarrápidos com durações de pulso de aproximadamente 200 fs. Esses pulsos codificam os dados na estrutura atômica do diamante, deslocando átomos de carbono da rede cristalina. A quantidade de átomos deslocados — a formação de vacâncias ou “espaços vazios” na estrutura do diamante — determina o brilho da resposta e transporta as informações que podem ser extraídas.
Atualmente, a gravação de dados dessa maneira requer equipamentos laboratoriais complexos e volumosos, mas no futuro, os desenvolvedores confiam que tudo poderá ser incorporado em um dispositivo de gravação de mesa do tamanho de um “micro-ondas”. Uma gravação de teste da famosa série de “imagens em movimento” de Eadweard Muybridge de 1878, que apresenta um cavaleiro em um cavalo galopante, demonstrou a capacidade de gravar em diamante e ler dados com uma precisão superior a 99%. Cálculos indicam que esse método permitirá registrar pelo menos 1,85 TB de dados em cada centímetro cúbico do meio de diamante, ou 1”0.000 vezes mais do que em um disco DVD de tamanho padrão.
“A curto prazo, agências governamentais, institutos de pesquisa e bibliotecas especializadas em arquivamento e preservação de dados provavelmente desejarão implementar essa tecnologia”, afirmam os cientistas com confiança.