DDR4 e DDR5 sofrem forte redução de valores
O mercado global de memórias entrou em um período de queda acentuada nos preços. Dados da DRAMeXchange indicam que, no final de novembro, o valor contratual de um chip DDR4 de 8 gigabits não ultrapassava US$1,35 (em conversão direta, cerca de R$6,60, dependendo da cotação), uma redução significativa em relação aos US$2,10 registrados em julho.
O declínio supera 35% nesse intervalo de poucos meses. Fatores diversos explicam essa queda, incluindo a demanda abaixo do esperado por smartphones e PCs ao longo do ano, o que fez com que fabricantes de eletrônicos não aumentassem seus estoques de chips de memória.
Paralelamente, a entrada de fabricantes chinesas no mercado de DDR4, aumentando a produção e oferecendo preços mais baixos, intensificou a concorrência. De acordo com alguns relatos, a CXMT estaria vendendo chips DDR4 de 8 gigabits por apenas US$1, quase metade do valor que se observava em julho. Esse cenário pressiona empresas consolidadas do setor, empurrando os preços ainda mais para baixo.
Analistas da Kiwoom Securities, citados pelo Business Korea, apontam que os preços da memória no final deste ano e início do próximo cairão mais do que o inicialmente previsto. Com a produção em alta e a demanda ainda contida, a oferta deve superar o consumo ao menos até o segundo trimestre do próximo ano, colocando em risco a margem de lucro de gigantes como Samsung.
Além disso, a diminuição no valor de mercado da memória dificulta investimentos em linhas de produção mais modernas, podendo afetar a capacidade dessas empresas de inovar, o que, a longo prazo, pode impactar a economia de países onde a indústria de semicondutores tem papel significativo.
A tendência não é exclusiva dos chips DDR4. Em novembro, o preço médio das transações para aquisição de chips DDR5 de 16 gigabits caiu 3,7% em relação a outubro, chegando a US$4,05, um recuo de 16,1% se comparado a julho.
Esse prolongamento da tendência de baixa nos preços de memória pode comprometer a capacidade das grandes empresas de semicondutores de investir e expandir suas operações, afetando não apenas as próprias companhias, mas também seus países-sede, como a Coreia do Sul, onde gigantes como Samsung e SK hynix respondem por fatias relevantes de impostos e desenvolvimento tecnológico.